O Ciclista
Vai em silêncio como nos sonhos, mais acordado que os demais.
Vai ligeiro, vai sem teto e portas na lateral, nem vidro para levantar.
Cheira, escuta, areja, vira, se esquiva, se move, atravessa impetuoso.
Calcula e freia no horizonte, para elegantemente no ar, caminha sobre o pedal.
Tem o motor nas costas e no coração, e nas pernas bombeia petróleo.
Vai em silêncio como morto, vai mais vivo que os demais